OS *"ENGENHEIROS SOCIAIS" DO ESCÂNDALO NA PETROBRAS
Como eventos aparentemente desconexos possuem pontos em comum?
Basicamente porque os dois eventos estão
desencadeando uma dualidade de opiniões e múltiplos efeitos nas sociedades onde estão
encravados.
Ao permitir que os métodos de corrupção e as
variedades de fraudes – praticas comuns em governos passados – continuassem a
ocorrer e ampliasse sua abrangência e evoluíssem a valores imprevisíveis, o PT permitiu
e contribuiu com um ato de terrorismo sobre um símbolo venerável dos
trabalhadores brasileiros.
A Petrobras é talvez o maior símbolo nacional do
trabalho que deu certo e de um modelo estatal que conseguiu juntar paixão e
energia para realização de um sonho organizacional criando um monumento ao
esforço socializado sem presença do patrão único e desumanizado avido pelo
lucro acima de tudo.
Do outro lado os radicais do Islã foram protagonistas de
um ato sobre uma instituição símbolo da liberdade de expressão, um jornal humorístico
de esquerda que questiona exatamente os podres poderes ocidentais e suas
instituições manipuladoras incluindo aí o mundo financeiro norte-americano e todas
as religiões e seitas sejam orientais ou acidentais.
Os Escândalos na Petrobras (mas não apenas
eles) desencadearam uma onda de demonização do PT como se este fosse por si só
o único e determinante protagonista de um modelo de trocas monetárias através dos
bem conhecidos métodos de corrupção que sempre envolveu as reiteradas práticas
de fornecedores de bens e serviços junto aos governos, políticos, instituições
publicas e estatais.
Esta demonização favoreceu e favorece a aceleração do
crescimento da mais radical direita brasileira avida por estimular inclusive a ideia
da volta dos militares, assim como na Europa a extrema direita avançou nos seus
discursos e no acirramento do conflito entre nós (o ocidente) contra eles (os
estrangeiros).
O acirramento do discurso no Brasil é também perceptível pela
generalização: eles, os petistas (e qualquer simpatizante ou pessoa de esquerda)
não prestam, são radicais e devem ser eliminados da politica brasileira (ou
talvez, da vida, como querem alguns), já na Europa o discurso é que eles, os
mulçumanos (e generalizando mais ainda: qualquer estrangeiro não adaptado ao
modelo ocidental) não prestam, são radicais e devem ser varridos da Europa (expulsos
e mortos de preferência).
O mais irônico é que adotando e replicando
os discursos de parte a parte, acirra-se o ódio e a incapacidade de surgir um
pensamento mais elaborado, ponderado e sensato. Ambos os lados se acham os
detentores da verdade absoluta, amplia-se o sectarismo e a radicalização do
pensamento que nos tempos da internet podem-se obter centenas de argumentos bem
elaborados e perfeitamente escritos para justificar qualquer sandice.
As sugestões da extrema direita europeia para
combate ao terrorismo só irá proporcionar o acirramento dos conflitos
oriente-ocidente na medida em que generaliza e estabelece a exclusão da
diversidade e do multiculturalismo. A tentativa da mídia e da elite brasileira
de carimbar no PT e no governo por extensão toda culpa pela corrupção endêmica
brasileira, numa tentativa de excluí-lo e torna-lo sinônimo de corrupção tem o
efeito de esconder a mesma corrupção que habita todos os partidos em todos os
escalões desde a minúscula cidade do interior do país até a mais estruturada cidade
paulista.
Esconde por exemplo que os *“Engenheiros Sociais” responsáveis por
montar os modelos de corrupção sistemáticos e bem elaborados eram honoráveis membros
das elites brasileiras e todos eles jamais foram petistas ou usuários do “bolsa
família”.
Não existem ganhos para humanidades nestas
contendas, lucram os *“Engenheiros Sociais” aquelas pessoas que sempre descobrem
mais uma oportunidade para obter ganhos usando a fé ou a ideologia alheia. Destaques
que no Brasil, os “Engenheiros Sociais” das empreiteiras, atuantes na operação
lava jato pela primeira vez em décadas foram condenados e estão colaborando
pelo aparecimento de uma singularidade jurídica que é a delação premiada.
Na
Europa a elite sempre descobre a oportunidade de explorar estes conflitos em
proveito próprio através das especulações financeiras e de outras manobras econômicas.
O mais irônico é que em vários aspectos a
extrema direita seja da Europa, dos EUA e do Brasil se assemelham em seus dogmas
e desejos com as facções terroristas do Islã – estimulam o discurso do ódio a
partidos e organizações que se oponham aos seus dogmas, são conservadores, são
opressores, se opõe a liberdade das mulheres dos gays e de outras minorias, gostam
da censura, adoram o uso da força e das armas e como nostálgicos desejam
ardentemente o retorno aos valores antigos, além de querem sempre amordaçar ou destruir
qualquer veículo de expressão que se oponham aos seus princípios.
A diferença é
que os brasileiros talvez sejam mais covardes e sem muita convicção que os
radicais do islã e apenas verbalizam estes pensamentos ou tentam pelo poder econômico
impor esta agenda na mídia empresarial e na sociedade (é claro que há também algumas
semelhanças entre os radicais de direita e os radicais de esquerda – para
reconhecê-los, é suficiente, discordar minimamente de alguma opinião ou dogma sagrado
do indivíduo nas redes sociais).
O combate a estes eventos se faz investindo
na melhoria e transformação de pequenos detalhes: Pelo lado das sociedades muçulmanas
a contribuição começa na redução do radicalismo em que submete a mulher e as
castas divergentes ao estabelecer um sistema de hierarquização baseados na
desigualdade, ironicamente bem semelhantes aos desejos da extrema direita europeia
e brasileira.
Os pequenos detalhes das manifestações religiosas que ocorrem
rotineiramente até nos seus mais baixos níveis normalmente resistentes às
discursões ou oposições internas que contribuem para exercício do máximo poder por
submissão dos fieis aos preceitos indiscutíveis muitas vezes ilógicos que em
seus acúmulos e abrangências são alimentos ao radicalismo que chega ao auge no
inconformismo violento com as diferenças e divergências.
Em relação aos Escândalos na Petrobras se
faz necessário o investimento na transparência – levantando a bandeira do Wiki
Leaks da privacidade para os indivíduos e a máxima transparência para as organizações
e instituições de uma maneira geral. A valorização da ciência e da
racionalidade expressada em números, fatos e dados são elementos que contribuem
para que não vigore a anti-meritocracia, o apadrinhamento político, parental ou
de afinidades pessoais.
A máxima abertura da empresa para auditorias externas, cooperações
com a sociedade empresariais organizadas e a transparência como valor são
pequenas medidas que contribuíram para redução da péssima imagem que foi
transmitida.
A exclusiva influência partidária com seus desdobramentos no
partilhamento do poder com várias agremiações e com, inclusive, facções das
mesmas instituições subverte a lógica da racionalidade e conduz para valores
que se opõe evolução orgânica mediante mecanismos da melhoria continua e avanço
tecnológico dando lugar aos métodos de influências sentimentais baseados nas
redes de amizades e cooperações de natureza pessoal.
Não podemos esquecer que
as denuncias dos mal feitos (inclusive as anônimas apuradas com sigilo) com
provas e evidencias sendo corretamente apuradas contribuem para assepsia da
doença chamada corrupção, os corruptos crescem e se devolvem nos ambientes propícios
onde predomina a impunidade e a invisibilidade acobertada pela militância
simpática e aderente.
Assim como o terrorismo não é a causa, mas, o efeito de políticas
ocidentais assimétricas e que fortalecem a desigualdade mundial. A corrupção no
Brasil não é causa mais efeito de um
modelo político anacrônico e de uma gestão incompetente baseada em princípios e
valores que nunca contribuíram minimamente para a evolução desses mesmos modelos
e que poderiam atuar para preveni-la.
É importante também manter estes assuntos
em pauta permanente para que nunca nos esqueçamos destas feridas expostas para
que elas não infeccionem ou voltem a se abrir mais deletérias ou se multiplique
pelos mesmos fatores e causas. Os que querem o esquecimento ou aceitação das
consequências desses atos, ou os consideram perigosamente normais ou são
coniventes com ambas as barbáries – ou, principalmente, se aproveitam de alguma
forma do que aconteceu ou vem acontecendo.
Infelizmente não sabemos neste momento se a
analise e as ações desencadeadas sobre estes eventos irão contribuir para a
evolução da sociedade francesa ou brasileira. Mantida as devidas proporções
ambos os eventos foram choques terríveis.
Os franceses sabiam que o risco de
ações terroristas era iminente assim como os brasileiros sabem que a corrupção sempre
existiu e continuará a existir – mas ambos jamais imaginavam que os eventos fossem
atingir tal proporção e violentassem com tamanha dramaticidade seus maiores símbolos.
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*Engenheiros Sociais - Engenharia Social
Engenharia Social são técnicas
utilizadas para obter informações e recursos importantes e sensíveis de uma corporação ou
de um indivíduo por meio da enganação, realizada de forma pessoal
(face-to-face) ou por meio de recursos de tecnológicos. O elemento mais
vulnerável de qualquer sistema de segurança é o próprio indivíduo, ao qual
possui traços comportamentais e psicológicos que o torna suscetível aos ataques
de engenharia social.
As técnicas utilizadas
pelos Engenheiros Sociais são diversificadas, entre elas estão: a exploração de
confiança das pessoas utilizando da vaidade pessoal, da autoconfiança, da
formação profissional, da busca de amizades e persuasão (http://www.ti-redes.com/engenharia-social/)